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Após afetar pobres, inflação alta corrói poder de compra da classe média brasileira
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2022
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Elevação dos preços não poupa alimentos substitutos e deixa consumidores sem saída.
Foto: Agência Brasil
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As famílias de renda média-baixa e média foram as que mais sentiram a disparada geral dos preços em 2021, segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Enquanto a inflação oficial fechou o ano em 10,06%, o índice para esses grupos ficou em 10,4% e 10,26%, respectivamente.
Isso está acima até da inflação das famílias de renda muito baixa (10,08%). Segundo especialistas, os números são resultado de um “espalhamento” da alta dos preços, que, depois de afetar os mais pobres, agora corrói o poder de compra da classe média. A classe C, cuja renda familiar total vai de quatro a dez salários mínimos (de R$ 4.848 a R$ 12.120, em 2022), sente o peso dos preços em diversos itens.
Em 2020, o problema era a alta dos alimentos, mas agora também há a escalada da energia elétrica e dos combustíveis, que pesam muito na inflação. Só no ano passado, a conta de luz subiu mais de 21%, a gasolina, 47,49%, e o etanol, 62,23%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Teve crise hídrica, com as contas de luz decolando, o preço da gasolina explodindo. A gente começou a ver uma ‘democratização’ da inflação. Alimentos subiram, mas itens que pertencem à cesta dos mais ricos também ficaram mais caros. Houve aumento nos serviços, em salões de beleza, nas refeições fora de casa, tudo subiu. A classe média também sentiu”, explica André Braz, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
“A inflação se espalhou. Antes estava muito concentrada [nos mais pobres], e agora está em todas as classes. A diferença é que as classes baixa e média sentem mais essa alta”, ressalta.
Salários mais baixos e desemprego
A inflação alta, porém, é apenas um dos fatores que explicam a recente perda do poder de compra da classe média. O aumento do desemprego e a consequente estagnação do mercado de trabalho também reduziram a capacidade de barganha dos trabalhadores. Ou seja: mesmo quem está empregado não consegue negociar aumentos salariais que acompanhem a alta generalizada dos preços, diz Rafael Saulo Marques Ribeiro, professor de Economia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
“O mercado de trabalho já vem estagnado há um bom tempo, e o desempenho dos salários tem muito a ver com o aquecimento desse mercado”, afirma. Ele diz que a crise é anterior à pandemia de Covid-19, mas se agravou com ela.
“Muitos trabalhadores que perderam os empregos demoram a se recolocar e, quando conseguem, normalmente assumem posições inferiores, com salários mais baixos. Essas pessoas muitas vezes só conseguem vaga no mercado informal, onde o trabalho é mais precarizado.
A taxa de desemprego no Brasil chegou a 11,2% no trimestre encerrado em janeiro deste ano, atingindo 12 milhões de pessoas, segundo últimos dados divulgados pelo IBGE. O número de trabalhadores informais está em 38,5 milhões – equivalente a 40,4% da população ocupada. Ainda há 4,8 milhões de desalentados, aqueles que desistiram de procurar trabalho.
“Os trabalhadores, quando se recolocam, têm salários mais baixos ou vão para o mercado informal. O trabalhador perdeu muito o poder de barganha nesse meio tempo. Mesmo com a inflação subindo, ele não tem condições de negociar salários mais altos”, aponta Ribeiro.
Sem saída no supermercado
Além de os produtos da lista de desejos das famílias terem aumentado muito no último ano, a tradicional troca por outros alimentos baratos também está se tornando inviável. Isso porque os substitutos registraram elevações às vezes até superiores que as dos itens mais procurados.
Nos últimos 12 meses, a carne acumulou aumento de 8,05%, enquanto as aves e os ovos, substitutos diretos desse item, registraram inflação de 18,88%.
Quer trocar a manteiga pela margarina? Pense bem, a primeira está 7,24% mais cara, mas sua alternativa disparou quase três vezes mais: 20,09%.
Também não é mais tão vantajoso trocar o azeite de oliva (11,32%) pelo óleo de soja, que subiu 23,75% em um ano. A mandioca poderia substituir a batata (27,15%), isso se não fosse a inflação de 36,12% no tubérculo.
Com os grãos não tem sido diferente. Todos os tipos de feijão, com exceção do preto (-4,13%), tiveram alta, logo mudar o tipo não adianta. O mulatinho subiu 7,30%, o fradinho, 6,63%, o carioca 2,80%. Está achando caro? Nem pense em trocá-lo pelo milho. O grão registrou elevação de 23,36% em 12 meses.
Baratear a salada também ficou difícil. Itens mais comuns tiveram um aumento nos últimos meses. Esse é o caso de cenoura (166,17%), tomate (94,55%) e alface (38,92%). O mesmo aconteceu com produtos como a abobrinha (44,99%), pepino (28,12%), couve (24,96%), brócolis (30,35%) e repolho (64,79%).
Inflação causa aumento de preços em cadeia
Para Braz, o aumento dos preços é, ainda, um efeito em cadeia. “Os alimentos in natura, por exemplo, variam com o aumento nos adubos e fertilizantes, que estão subindo muito de preço. Eles também são muito dependentes do frete e, nesse caso, quanto menor o valor do bem, maior o impacto no valor final”, analisa Braz.
Ele lembra que o diesel já vem subindo desde o ano passado. Em um ano, o combustível foi reajustado em 46,47%. Os fertilizantes, segundo levantamento do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), da FGV, subiu 7,97% em março.
De acordo com o economista da FGV, a tendência com a alta no valor dos produtos, principalmente daqueles que costumavam sair mais em conta para as famílias, é que o brasileiro pare de substituir e comece a reduzir a quantidade no carrinho de compras.
“A alta dos preços está acontecendo principalmente em cima de alimentos básicos, que as famílias de baixa renda ainda podem comprar”, explica Braz. “Se eles ficam mais caros e superam a variação dos salários, o consumidor só pode reduzir a lista, o que leva a uma situação de insegurança alimentar no país”, adverte.
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