COMPORTAMENTO:

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A PERDA PATERNA

Janaina Sá Brito

                 Hoje, a pauta da minha coluna seria outra, mas teve que ser mudada bruscamente, após saber no início da manhã de hoje, que meu pai, Wilson Silva Sá Brito, partiu hoje aos 76 anos para o plano espiritual, após travar uma luta de 23 anos contra uma doença neuromuscular chamada Distrofia Motora de Steiner, doença degenerativa que afeta os músculos , fazendo com que haja perda de movimentos. Então, quero aqui falar sobre a sensação que estou sentindo agora de perder meu pai, uma pessoa com um perfil totalmente diferente do meu, mais cabeção, bicho grilo e alternativo, ao contrário de mim,burguesa, main stream, com os pés no chão, com todos os gostos e hábitos de uma dondoca, como compras em shopping, jantando e almoçando nos melhores restaurantes, vestindo roupas de grife e curtindo viagens, happy hours, teatro, cinema e shows, convivendo sempre com gente bonita, fina, elegante e sincera. Além disso,  sempre cuidei das coisas práticas e pensava em arrumar um trabalho estável, com o qual eu ganhasse bem e pudesse sustentar minhas dondoquices e pensar em fazer um pé de meia para o futuro e viver no conforto, coisa que ele nunca gostou. Ele sempre quis viver no meio do mato, em condições precárias, viajando na maionese.

                 Apesar dessas diferenças, ele foi um grande pai para mim e para a minha irmã, nos levava ao teatro, ao cinema, a shows, e também para passear no parque, para lanchar e tomar sorvete. Ele me ensinou coisas boas, como o gosto pela música, o qual eu tenho até hoje e faz parte da minha rotina. Apesar de ele ser músico profissional, nunca tive vocação nem vontade de aprender canto e instrumentos musicais, minha real vocação era a de ouvinte, locutora de Rádio musical e crítica de música de revista jovem, por essas razões, decidi cursar jornalismo, mas minha vida profissional me jogou para o hard news, editoria que eu aprendi a gostar e onde eu trabalho com muito gosto. É esquisito perder um pai, mesmo sabendo que é essa a ordem natural das coisas e que eles ficam velhos e partem antes de nós, ao fim da missão no plano terrestre, é estranho, pois nosso pai e nossa mãe são as primeiras figuras de infância e as que nos ensinam a ser gente e a conviver com a sociedade. Já perdi meus avós e tios avós, de causas naturais da velhice e perdi amigos precocemente por doenças ou resgates espirituais, mas perder o pai é diferente, é uma mistura de resiliência, resignação, dor, sofrimento e falta de chão. Sei que isso tudo passa e vale muito a pena guardar todas as coisas boas que meu velho me deixou e tocar a vida para a frente, pois tenho ainda uma missão a cumprir aqui no plano terrestre.

                 Então, só me resta dizer, muito obrigada por tudo meu pai! Um dia, a gente se reencontra por aí!

Sugestões de pauta, comentários, elogios e críticas? Mande e-mails para: janaina.sabrito@gmail.com

Autor: ANTENADA

Janaina Sá Brito nasceu no dia 03 de Abril de 1974 em Paris e aos seis meses, mudou-se com a família para Porto Alegre. É Radialista, graduada em Letras-Português e pós-graduada em gestão de conteúdo da comunicação social-jornalismo. O objetivo de seu blog é informar sobre todos os assuntos do momento, de forma dinâmica, sempre fornecendo pautas e notícias atualizadas , para quem vive na correria, mas quer sempre se informar sobre tudo que está acontecendo no Brasil e no mundo.

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